Num desenvolvimento inovador para o sector energético de Angola, a segunda fase do projecto de gás natural Falcão foi lançada quinta-feira passada pelo Ministro angolano dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, juntamente com o Governador da Província do Zaire, Adriano Mendes de Carvalho.
Segundo o Portal energycapitalpower o projecto compreende infra-estruturas terrestres destinadas a melhorar o fornecimento de gás das unidades secas e húmidas da fábrica Angola LNG para a actual central eléctrica de ciclo combinado do Soyo I. Como resultado, a capacidade de processamento da Sonangol saltará de 75 milhões para 125 milhões de pés cúbicos. A segunda fase envolve também manutenção de equipamentos e sistemas de remoção de líquidos associados ao gás, tratamento e medição de qualidade.
Durante o lançamento, o Ministro Azevedo destacou o papel do projecto não só em aumentar a capacidade de recepção e processamento, mas também em permitir a distribuição de gás para indústrias e plantas petroquímicas em toda a região sul. O gás natural é usado como matéria-prima primária para a produção de amónia líquida e do gás dióxido de carbono resultante, que é então combinado para criar fertilizante de ureia.
Como resultado, tem potencial para fazer com que Angola abandone a sua dependência do petróleo bruto e passe a estabelecer uma economia diversificada e não baseada em matérias-primas. Ao refinar o gás em combustíveis líquidos, fertilizantes e outros derivados, Angola prevê uma economia diversificada e menos vulnerável à volatilidade do mercado global, abrindo caminho ao crescimento do sector industrial e agrícola.
A iniciativa está alinhada com o plano director do gás de Angola a 30 anos, que visa gerar novas fontes de receitas de exportação e estimular a criação de emprego. Apesar de possuir amplas reservas de gás, Angola há muito que dá prioridade à exploração de petróleo bruto. Agora, à medida que o mix energético global muda para tipos de combustíveis mais limpos, Angola prossegue uma agenda abrangente de monetização e utilização do gás.
Processando gás proveniente de sete campos offshore, a fábrica da Angola LNG no Soyo é um motor significativo da monetização do gás no país e desempenha um papel fundamental na redução da queima de gás e das emissões de gases com efeito de estufa. Até 2030, Angola pretende reter 25% da sua produção de gás natural no país através de indústrias de valor acrescentado associadas, juntamente com esforços para a transição para fontes de combustível mais limpas. A transformação do gás em energia também representa um passo fundamental nos planos de Angola para aumentar o acesso à electricidade para 60% até 2025.
Estes desenvolvimentos centrados no gás e muito mais serão explorados na conferência Angola Oil & Gas (AOG) 2024, em Luanda, no próximo mês de Setembro, que regressa para a sua quinta edição. Dado que o gás natural cumpre os objectivos relacionados com a transição energética, o acesso à energia e a diversificação económica, os investidores e fornecedores de serviços e tecnologia estão bem posicionados para se envolverem nos planos de desenvolvimento do gás de Angola, com base em novos marcos do projecto e no forte apoio governamental.