A refinaria de Cabinda, em Angola, está quase concluída, com as operações previstas para começar no final de 2024. A instalação espera que a primeira fase — com meta de 30.000 barris por dia (bpd) — esteja totalmente operacional até julho de 2025, enquanto a segunda fase aumentará a capacidade para 60.000 bpd. À medida que Angola continua a expandir suas capacidades de refino, a próxima conferência Angola Oil&Gas (AOG) contará com um painel de discussão sobre os planos de refino do país e outras oportunidades de investimento em toda a cadeia de valor de petróleo e gás, segundo avançou o portal zawya.
Embora Angola represente o segundo maior produtor de petróleo da África Subsaariana, a única refinaria em operação do país — a refinaria de Luanda de 65.000 bpd — atende apenas 20% da demanda doméstica. Investimentos inadequados na indústria downstream levaram a uma dependência de petróleo importado. No entanto, a construção de novos centros de refino, oleodutos e logística promete reverter essa tendência. Além da refinaria de Cabinda, Angola está desenvolvendo a refinaria de Soyo de 100.000 bpd e a refinaria de Lobito de 200.000 bpd— ambas com meta de primeira produção em 2025. A refinaria de Lobito sozinha reforçará a capacidade de refino de Angola em 200%. Em março de 2024, a empresa de engenharia KBR ganhou um contrato de gerenciamento de projecto para a instalação de Lobito.
A AOG é o maior evento de petróleo e gás em Angola. Ocorrendo com o apoio total do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás; da empresa petrolífera nacional Sonangol; da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis; da Câmara Africana de Energia; e do Instituto Regulador de Derivados de Petróleo, o evento é uma plataforma para assinar acordos e promover a indústria de petróleo e gás de Angola.
Além do refino, projectos de infraestrutura integrada prometem novas oportunidades para distribuição regional. Angola está construindo um terminal integrado e um centro logístico no Soyo, com capacidade para produzir 65.000 bpd e armazenar dois milhões de barris. O projecto iniciará as operações em 2026. Além disso, o Projecto de Rotas do Oleoduto do Terminal de Kwanza terá capacidade para produzir 25.000 bpd e armazenar um milhão de barris, com operações programadas para começar em 2029. A infraestrutura existente e futura visa dar suporte ao desenvolvimento de novas concessões, particularmente porque uma Licitação Limitada de 2025 abre mais dez blocos para exploração.
A expansão da indústria downstream de Angola não só aumentará significativamente a disponibilidade e acessibilidade dos produtos petrolíferos angolanos, mas criará novas oportunidades econômicas para o país. Da construção ao transporte, da pesquisa e desenvolvimento à fabricação, os projectos downstream podem servir como um catalisador para um crescimento econômico mais amplo em Angola. Como tal, o painel Crude to Commerce explorará o papel que a indústria downstream desempenha no fomento do desenvolvimento econômico. Os palestrantes fornecerão atualizações do projecto, discutirão áreas de oportunidade e delinearão estratégias para conectar Angola aos mercados regionais.